sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

A PÍLULA VERMELHA E A PÍLULA AZUL

 "Se tomar a pílula azul a história acaba e você acordará na sua cama acreditando no que quiser acreditar. Se tomar a pílula vermelha ficará no País das Maravilhas e eu te mostrarei até onde vai a toca do coelho."
Morpheu -  Matrix



     Aparentemente hoje tudo pode ser feito pela realidade virtual, compras,  contatos com amigos, cursos, faculdade, enfim, a única coisa que o seu computador não pode fazer é ir ao banheiro por você  – mas pode ter certeza que um dia nossos cientistas vão dar um jeito de resolver este problema. Curiosamente, o fato de a nossa vida ter sido facilitada criou um paradoxo, ao menos no que diz respeito às redes sociais. NUNCA AS PESSOAS SE COMUNICARAM TANTO, E NUNCA AS PESSOAS FORAM TÃO SOLITÁRIAS. Pode parecer ambíguo, mas o fato é que ultimamente vem se tornado bem mais cômodo bater um papo via Orkut, facebook, MSN do que marcar um encontro com os colegas. Obviamente isto está provocando um impacto na sociedade de tal maneira que até mesmo Jaron Lanier – caso você não saiba foi ele quem inventou o princípio da realidade virtual, então, se você está lendo este blog, conversando com o seu amigo no MSN ou espiando o perfil do seu ex no facebook, agradeça a ele... ou não – reconhece que a interação humano máquina humano fugiu do controle.


Cuidado rapaz! Assim você ferra a sua coluna!

De certa forma isto gera uma situação incômoda para duas gerações. A dos nossos pais que se acostumaram a conhecer pessoas novas em bares, festas. por intermédio dos amigos ou no máximo pelo chat de telefone – que é quase  o antecessor do Par perfeito de décadas atrás - e que agora enxergam os seus filhos se atrofiando na frente de um teclado e a nossa geração, que pouco sabe o que é ter um contato humano, o que dirá conversar com outras pessoas sem o uso de Emoticons, teclados ou no máximo uma Web Cam. Aliás, posso inclusive afirmar que se você está lendo isto neste exato momento é sinal de que provavelmente e da mesma geração da qual eu sou parte, uma linha divisória entre o tempo em que ainda dava para partilhar o playsation com as brincadeiras de rua e a turma que provavelmente não sabe o que é pique-pega. Então, se você já ouviu a vinheta “A rede globo apresentou Plantão Médico” ou então já achou que era o ranger vermelho, de certo deve se lembrar com certa nostalgia enquanto acessa o Facebook com uma caixinha de Diazepan do lado.

Um pequeno retrato do que provavelmente será a próxima geração...
O engraçado é que enquanto eu digo isto, provavelmente algum CEO da Google ou do Facebook vai rebater – mesmo sem saber – estes argumentos falando que a internet encurtou distâncias e que nunca as pessoas tiveram tanto contato umas com as outras. E eu pergunto: Será mesmo? Vejamos, imagine que você conheça uma pessoa que more há uns trezentos quilômetros de distância, mas que você se identifique profundamente com ela. E vamos supor também que você é um universitário Zé ruela que mal tem dinheiro para comprar energético no final do período, o que dirá viajar constantemente. Pois bem, de certo vocês irão conversar muito, rir muito e, a partir de certo ponto até trocarão segredos íntimos – como diria Eça de Queiróz em uma de suas obras “o que você não conta a sua esposa ou ao seu amigo, conta a um estranho na estalagem – de tal forma que haverá um pseudo laço entre vocês. Digo, pseudo porquê vocês nunca formaram um laço. E quando se derem conta terão vontade de sair juntos – e dependendo da situação vão pensar que são o típico caso de almas gêmeas. Mas não poderão ficar juntos. Por que será mesmo? Bem, a internet pode ter encurtado as fronteiras ideológicas mas aparentemente não inventaram o teletransporte para encurtar as barreiras físicas. É o que eu costumo brincar sempre com as minhas colegas – Oi Nanda, oi Raquel – “Deus foi muito bom para deixar que eu conheça vocês, mas carrasco o suficiente para nos manter há quilômetros de distância”. Ou seja, não adiantou de nada além de alimentar o círculo vicioso da internet – e claro, dar mais algumas horas com o terapeuta.

Pode mandar ela para a clínica de reabilitação que ela está precisando!
 Obviamente, as redes sociais têm o seu lado bom, afinal de contas ela também é uma forma rápida de comunicação – quantas vezes eu já não fui salvo em trabalhos da faculdade graças ao facebook. Mas resta saber se elas não estão sendo substituídas pelo mundo real, e se estiverem, até quando as pessoas conseguirão viver na matrix se contentando com migalhas do que pode ser a realidade?

"Lembre-se tudo o que ofereço é a verdade . Nada mais."
Morpheu - Matrix

Um comentário:

  1. Realmente se continuar assim... vamos virar zumbis sem amor e contato físico... xD Droga! Eu não quero virar uma Zumbi! =[ Maldita pseudo realidade virtual

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