sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

ESTES TAIS RITOS DE NATAL...

Eu tenho autorama/Eu tenho Hanna-Barbera/Eu tenho pêra, uva e maçã/Eu tenho Guanabara/E modelos revell
1965 (Duas Tribos) - Legião Urbana
       
    Todo ano é a mesma coisa, eu mal entro de férias, estou recuperando meu cérebro do tamanho ferro que eu tomei e minha mãe já vai logo ordenando que eu arrume a árvore de natal. Claro que antes de colocar as mãos no pinheiro de plástico importado da China eu enrolo bastante na esperança de que ela perca a paciência e faça o trabalho por mim – isto para depois me arrepender amargamente ao ver a sala com uma árvore cheia de lacinhos coloridos de vermelho e verde... Isto é um pequeno exemplo de uma tradição que se repete aqui em casa todo ano e que se Deus quiser vai ser repetir nos próximos 60 anos rs. Mas é fato que, chegando Dezembro, toda família tem praticamente todo um ritual de natal.
         
Poderia ser pior, imagina ter que montar esta árvore...  acho melhor ficar com a versão pocket aqui de casa mesmo...

        A começar pelos netos que, ao chegar do mês, se apressam para as bancas de folhetos das Lojas Americanas para escolher o presente que irão pedir para as avós – que claro, como não vão conseguir resistir ao olhar de cachorro sem dono dos protótipos de mercenários vão acabar parcelando tudo em seis vezes sem juros no cartão – uma vez que o preço do item escolhido será demasiadamente caro para que os pais comprem. É irônico como uma data que foi marcada para simbolizar o nascimento do nosso redentor acabe se resumindo a um velho usando roupa polar – em pleno verão brasileiro – distribuindo presentes. Mais capitalista impossível. Só não posso criticar mais porque eu sei que a mão de obra chinesa empregada com todos os requisitos ilegais para se construir tais quinquilharias agradece a dita data. Aliás, falando em presente não se pode esquecer, é claro, do amigo oculto – que muito genro usa como desculpa para sorrateiramente fazer de inimigo oculto. Não sei quanto em outros locais, mas por aqui, é quase um inferno  comprar presentes de forma que, quando eu tiro alguém de casa - digo meu pai ou minha mãe - já vou logo falando “tirei você, escolha o que quiser”. Particularmente eu sou uma mala para se presentear visto que, ao longo do ano quando eu quero ou preciso de algo já vou adiantando preço de forma que rapidamente consigo o determinado item. Claro que isto deixa muitos familiares com saudades daquelas épocas na qual eu era um pirralho aborrecente que se satisfazia rapidamente com um CD pirateado da Legião Urbana ou outra banda de Rock qualquer.
         
Para muitas crianças o natal é período de renovação... renovação do armário de brinquedos...
        E não se pode falar em grandes festas sem falar inclusive da comilança – o que me lembra o pudim que minha vó sempre faz para mim rsrs – que ocorre nesta época. Aliás, este é realmente um período de renovação de votos, os votos que você faz depois de tomar três copos de bicarbonato jurando que nunca mais vai comer e beber tanto em sua vida – o que nós dois sabemos que é uma bela duma mentira deslavada já que ano que vem você vai repetir o mesmo hábito de ferrar o seu pâncreas novamente.
        
Um exemplo de como você - e eu - poderá estar após as festividades...
      Claro que não podemos nos esquecer que no pós dia 25, há o pisoteamento de pessoas na liquidação de natal das lojas de eletrodomésticos que causa um tremendo frenesi na população – particularmente eu nunca fui afetado já que o play 2 nunca ficou na promoção... – tal como a Black Friday dos EUA e que pelo visto é algo que também ocorre todo ano. Resumindo, percebesse que esta não é mais uma data festiva de cunho religioso, mas algo de significado altamente consumista cujo significado há tempos foi perdido – eu arriscaria chutar uma década. Aliás, já são muitas as casas nos quais não as orações já cessaram antes da ceia. Pelo visto, o dito espírito natalino agora se resume a antigas fotos em velhos álbuns.

Preciso dizer algumas coisa? FELIZ NATAL adiantado.

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