E
finalmente o grande dia chegou! O grande dia em que eu encararia uma greve na
minha faculdade! De fato, era muita ingenuidade minha acreditar que após dez
anos sem nenhum movimento deste tipo eu iria escapar ileso. Não que eu esteja
reclamando, realmente quem está sendo explorado deve se levantar para exigir os
seus direitos e não é sobre isto que eu quero falar agora – mesmo por que
este blog está muito longe de ser um blog político. É sobre uma doença chamada
Miastenia Grevis, esta é parente da Miastenia gravis – se você não é um
estudante de medicina, tudo bem, basta clicar no link acima que a Wikipédia com suas informações
altamente confiáveis vai te falar exatamente o que é a doença – que acomete
todo estudante em um período sem aulas maior como feriados prolongados ou mesmo
dias de paralisação da classe docente. Em casos mais crônicos – como o meu –
ela também ocorre nos finais de semana podendo ter seus sintomas com início na
sexta feira. Diferentemente da Miastenia Gravis que acomete os músculos, a
Miastenia Grevis afeta o cérebro. Diminuem os números de sinapses e o estudante
fica lerdinho, ou em alguns casos como se estivesse embriagado. Raras vezes já
foram identificados comportamentos
irracionais como falar asneiras ou perder o tempo apertando F5 no facebook a
cada 10 segundos esperando alguma mensagem. Em muitos casos o paciente pode ficar horas repetindo
“eu vou estudar,eu tenho que estudar, eu preciso estudar” mas antes que ele
consiga alcançar os livros, ele é parasitados pelos seriados e jogos de
computador – isto quando ele não tem nenhum amigo sacana que o chama para a
balada e o cara fica fora de serviço durante uns três dias... ahhh, bons tempos
em que eu tinha tempo, eu era feliz no ensino médio e não sabia...
Esta é a imagem clássica de um quadro de alunos sofrendo de miastenia grevis... |
De
fato, se você é um universitário de uma das 20 ou 30 universidades que está de
greve deve estar agora ou amaldiçoando até a vigésima quinta geração de seus
professores ou então está fazendo planos de estudo para colocar as matérias em dia
ou então iniciar algum projeto enquanto há tempo. Claro, indubitavelmente esta
é uma das vantagens mais claras. De posse do norteamento dado pelo docente e sabendo
mais ou menos como é a prova dele você já sabe por onde começar a estudar. Fora
é claro que este movimento para muitos significa um dilatamento de prazos para
a entrega de trabalhos muito bem vinda. Por outro lado tem aquele velho
probleminha de "adeus férias". Aliás, provavelmente neste ano não vou poder
cumprir o meu ritual de sair pela cidade no último dia de aula e rodar pelas
livrarias, casas de informática e locadores para decidir quais serão os livros,
jogos de PC e filmes que me acompanharão o resto das férias – o que é algo
particularmente triste já que eu faço isto a dez anos e nunca me vi tendo que
quebrar este clico, a não ser quando eu fui encontrar uma garota que tinha
viajado para cá na esperança de que tinha sido por minha causa... mas isto é outra história. Claro que devemos nos lembrar de
que voltando as aulas provavelmente os professores vão fazer um verdadeiro suco
com os nossos cérebros já acometidos pela doença acima descrita. Primeiro serão
aulas intensivas – com a mesma pressão de um aluno que está a um mês do
vestibular ou da prova de residência – e depois provas e mais provas para
depois emendarmos ao outro período – e eu ainda tenho anatomia IV que na minha
condição é um marco de diferenciação para os fortes e os fracos, para quem cola
e para quem acha que colar é trapaça... Obviamente eu faço parte do segundo
grupo, e, diga-se de passagem, estou repetindo a disciplina... – para mais um
semestre cheio de alegrias, com aulas no natal se estendendo até o carnaval.
Pelo lado bom poderemos fazer um amigo oculto na nossa sala...
Bem,
acho que já não há muito que dizer. Esta é a verdade para a maioria dos cursos
– a não ser que você seja da área de ciências exatas com um professor maluco
que adora dar aula mesmo que esteja chovendo enxofre do lado da sala de aula – dos
cursos federais. Resta agora esperar para ver o resultado e torcer para que a
greve não seja curta demais de forma que nós não consigamos colocar nada em dia
e não se prolongue demais de forma a ferrar as nossas férias de verão – porque eu
já vi que as de Janeiro já eram...
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