domingo, 20 de maio de 2012

MIASTENIA GREVIS

E finalmente o grande dia chegou! O grande dia em que eu encararia uma greve na minha faculdade! De fato, era muita ingenuidade minha acreditar que após dez anos sem nenhum movimento deste tipo eu iria escapar ileso. Não que eu esteja reclamando, realmente quem está sendo explorado deve se levantar para exigir os seus direitos e não é sobre isto que eu quero falar agora – mesmo por que este blog está muito longe de ser um blog político. É sobre uma doença chamada Miastenia Grevis, esta é parente da Miastenia gravis – se você não é um estudante de medicina, tudo bem, basta clicar no link  acima que a Wikipédia com suas informações altamente confiáveis vai te falar exatamente o que é a doença – que acomete todo estudante em um período sem aulas maior como feriados prolongados ou mesmo dias de paralisação da classe docente. Em casos mais crônicos – como o meu – ela também ocorre nos finais de semana podendo ter seus sintomas com início na sexta feira. Diferentemente da Miastenia Gravis que acomete os músculos, a Miastenia Grevis afeta o cérebro. Diminuem os números de sinapses e o estudante fica lerdinho, ou em alguns casos como se estivesse embriagado. Raras vezes já foram identificados  comportamentos irracionais como falar asneiras ou perder o tempo apertando F5 no facebook a cada 10 segundos esperando alguma mensagem. Em muitos casos o paciente pode ficar horas repetindo “eu vou estudar,eu tenho que estudar, eu preciso estudar” mas antes que ele consiga alcançar os livros, ele é parasitados pelos seriados e jogos de computador – isto quando ele não tem nenhum amigo sacana que o chama para a balada e o cara fica fora de serviço durante uns três dias... ahhh, bons tempos em que eu tinha tempo, eu era feliz no ensino médio e não sabia...


Esta é a  imagem clássica de um quadro de alunos sofrendo de miastenia grevis...

De fato, se você é um universitário de uma das 20 ou 30 universidades que está de greve deve estar agora  ou  amaldiçoando até a vigésima quinta geração de seus professores ou então está fazendo planos de estudo para colocar as matérias em dia ou então iniciar algum projeto enquanto há tempo. Claro, indubitavelmente esta é uma das vantagens mais claras. De posse do norteamento dado pelo docente e sabendo mais ou menos como é a prova dele você já sabe por onde começar a estudar. Fora é claro que este movimento para muitos significa um dilatamento de prazos para a entrega de trabalhos muito bem vinda. Por outro lado tem aquele velho probleminha de "adeus férias". Aliás, provavelmente neste ano não vou poder cumprir o meu ritual de sair pela cidade no último dia de aula e rodar pelas livrarias, casas de informática e locadores para decidir quais serão os livros, jogos de PC e filmes que me acompanharão o resto das férias – o que é algo particularmente triste já que eu faço isto a dez anos e nunca me vi tendo que quebrar este clico, a não ser quando eu fui encontrar uma garota que tinha viajado para cá na esperança de que tinha sido por minha causa... mas isto é outra história. Claro que devemos nos lembrar de que voltando as aulas provavelmente os professores vão fazer um verdadeiro suco com os nossos cérebros já acometidos pela doença acima descrita. Primeiro serão aulas intensivas – com a mesma pressão de um aluno que está a um mês do vestibular ou da prova de residência – e depois provas e mais provas para depois emendarmos ao outro período – e eu ainda tenho anatomia IV que na minha condição é um marco de diferenciação para os fortes e os fracos, para quem cola e para quem acha que colar é trapaça... Obviamente eu faço parte do segundo grupo, e, diga-se de passagem, estou repetindo a disciplina... – para mais um semestre cheio de alegrias, com aulas no natal se estendendo até o carnaval. Pelo lado bom poderemos fazer um amigo oculto na nossa sala...
Bem, acho que já não há muito que dizer. Esta é a verdade para a maioria dos cursos – a não ser que você seja da área de ciências exatas com um professor maluco que adora dar aula mesmo que esteja chovendo enxofre do lado da sala de aula – dos cursos federais. Resta agora esperar para ver o resultado e torcer para que a greve não seja curta demais de forma que nós não consigamos colocar nada em dia e não se prolongue demais de forma a ferrar as nossas férias de verão – porque eu já vi que as de Janeiro já eram...




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